domingo, 28 de junho de 2009

E O SISTEMA VASCULAR LINFÁTICO?



O sistema vascular linfático consiste em vasos, revestidos por endotélio, que recolhe o liquido tecidual e o devolvem ao sangue. O liquido contido nesses vasos recebe o nome de linfa, e, ao contrário do sangue , circula exclusivamente em uma direção, ou seja, dos órgãos para o coração.
Os capilares linfáticos são constituídos de endotélio e lâmina basal incompleta. Estes capilares prendem-se firmemente ao conjuntivo adjacente por meio de feixes de filamentos.


Figura 1- estrutura de capilar linfático estudado ao microscópio eletrônico. A lâmina basal( setas) é incompleta. As céçulas endoteliais prendem-se ao tecido conjutivo adjacente através de feixes de filamentos.

Vasos linfáticos são encontrados em quase todos os órgãos, com raras exceções, como, por exemplo, o sistema nervoso central e a medula óssea. Apresentam estrutura parecida com a das veias, com paredes mais delgadas e sem separação nítida entre as três camadas: íntima, média e adventícia. Possuem um maior número de válvulas no seu interior. A linfa circula nos vasos linfáticos devido à ação de forças externas, como, por exemplo, a contração dos músculos esqueléticos sobre a parede destes vasos. Estas forças associadas a grande quantidades de válvulas, impulsionam a linfa. Sendo que, também, a contração rítmica da musculatura lisa da parede dos vasos linfáticos maiores favorece a circulação linfática.



figura 2- Corte do capilar linfático (L) mostrando uma válvula (setas cheias). A seta longa e descontínua indica o sentido do fluxo da linfa na luz deste capilar.


Linfa


No interior dos vasos linfáticos circula a linfa, um fluido esbranquiçado de constituição semelhante à do sangue, do qual difere por não conter hemácias. A linfa contém leucócitos (glóbulos brancos), dos quais quase 99% são linfócitos; no sangue, esse tipo de leucócito representa cerca de 50% do total de glóbulos brancos.

Linfonodos

Em diversos pontos da rede linfática há linfonodos, ou nódulos linfáticos (antigamente denominados gânglios linfáticos), estruturas de consistência esponjosa presentes ao longo dos vasos linfáticos. Ao passar pelos linfonodos, a linfa circula por finos canais, onde há leucócitos que identificam e destroem substâncias e corpos estranhos. Quando o organismo é invadido por microrganismos, os leucócitos dos linfonodos próximos ao local da invasão identificam o invasor e começam a se multiplicar ativamente, para combatê-lo. Com isso os linfonodos aumentam de tamanho, formando inchaços chamados popularmente de ínguas; é possível, muitas vezes, detectar um processo infeccioso pelo exame dos linfonodos.
Os linfonodos localizam-se em posições estratégicas no corpo, o que lhes permite cumprir seu principal papel, que é filtrar a linfa. Adenóides e tonsilas (conhecidas como amígdalas), por exemplo, são órgãos linfáticos especiais, localizados na entrada das vias respiratórias e do tubo digestório, de modo a barrar o ingresso de microrganismos invasores. Os linfonodos do pescoço, das axilas e das virilhas filtram a linfa que vem das extremidades do corpo. Qualquer corpo estranho nela presente é capturado e identificado pelos glóbulos brancos, que passam a se mobilizar para combatê-lo. Existem, ainda, muitos linfonodos na parede do intestino, cuja função é reter e destruir partículas estranhas que penetram junto com os alimentos, ou produzidas pelas bactérias que vivem no trato intestinal.

Baço


O baço é um órgão rico em linfonodos, localizado do lado esquerdo do abdome, sob as ultimas costelas. Ele desempenha diversas funções importantes, entre as quais se destacam: armazenamento de linfócitos e monócitos, dois tipos de glóbulos brancos; filtragem do sangue para a remoção de microrganismos, substâncias estranhas e resíduos celulares; destruição de hemácias envelhecidas. Alem disso, o baço ainda atua como “banco de sangue” de emergência, por armazenar hemácias, podendo lançá-las na corrente sanguínea em momentos de necessidade, como em um esforço físico intenso, por exemplo.


REFERÊNCIAS

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Sistema Circulatório. In: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. p. 179-191.


AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia dos organismos. 2ª ed. São Paulo, 2004. p. 495-496.

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